Setor Privado: É preciso romper com o medo

Já estamos há quase 2 anos sem reajuste salarial no Setor Privado de TI (Tecnologia da Informação) do Rio Grande do Sul. Muitas empresas nem sequer pagaram, aos seus trabalhadores, o INPC dos períodos 2013/2014 e 2014/2015 – ou seja, ainda nem repuseram o que a inflação já corroeu dos salários dos trabalhadores, mas certamente já repassaram para seus clientes, aumentos nos preços de produtos e serviços.
A campanha salarial de 2013/2014, ainda está trancada no TST (Tribunal Superior do Trabalho) devido ao recurso que o SEPRORGS (sindicato das empresas de TI) interpôs, que dentre outros objetivos visa anular o aumento real de 1% concedido no julgamento do Dissídio Coletivo pelo TRT4 (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região). Nessa instância regional, os trabalhadores da TI conquistaram 6,66% de reajuste nos salários e nos benefícios (reajuste de 5,6% além de 1% de aumento real).
O sindicato dos patrões aposta na perda de todos os direitos da categoria
O SEPRORGS não aceitou, de forma alguma, conceder o aumento real de 1% à categoria.
Por tudo isso recorreu à instância superior (TST), questionando o reajuste global de 6,66% concedido pelo TRT, além de solicitar a EXTINÇÃO do Dissídio Coletivo julgado pelo TRT4, com a alegação de que a Emenda Constitucional 45 exige que as partes estejam de acordo com o ajuizamento de um eventual Dissídio, e que eles não concordaram com essa iniciativa “pois sempre estiveram e se mantêm dispostos a negociar”. O que isso significa, de modo grosseiro: que se o TST julgar procedente o recurso do SEPRORGS, a TI gaúcha ficará sem o aumento e sem a Convenção Coletiva de Trabalho/CCT desse período (ou seja, muitos direitos que constam em nossa CCT passariam a não valer mais). Por isso, já respondendo a vários questionamentos de colegas, NÃO é recomendável ingressar na Justiça com a campanha salarial de 2014/2015 enquanto a situação da campanha de 2013 não for resolvida.
Sobre a campanha salarial atual (2014/2015), já estamos na quinta mesa de negociação e o SEPRORGS continua afirmando que, devido “à crise financeira” só pode pagar o INPC (6,34%) do período. O blá, blá, blá com esse chororô se repete todos os anos, apesar dos lucros das empresas, apontarem para as nuvens. E como se tudo isso não bastasse, os patrões ainda querem retirar direitos históricos dos trabalhadores, como os quinquênios, e reduzir o adicional noturno e os pisos salariais para precarizar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores.
Mas nenhum argumento dos empresários e de sua entidade representativa, se embasa na realidade concreta ou em dados científicos para se justificarem, como segue:
– O histórico de crises na economia, sejam de âmbito mundial, nacional ou estadual não impactaram e não impactam nos altos lucros que o empresariado da TI vem obtendo e continua obtendo ao longo dos últimos anos. O mantra que repetem ano após ano, é que a crise pode chegar TALVEZ, um dia, nas empresas de TI do Rio Grande Sul e por isso não podem conceder reajustes. Conclusão da “tese”: Aumento real e redução da jornada, NUNCA!!!
– Por outro lado, quando as empresas enfrentam um cenário favorável da economia, aí também não pode conceder aumentos salariais, pois COM CERTEZA uma crise sucederá o período de tempo bom e eles precisam estar preparados (ou seja, com muita grana no bolso). O mesmo aconteceu quando as empresas de TI se beneficiaram da desoneração da folha de pagamento. Reduziram custos, aumentaram os lucros e os salários???
Enfim, como naquela história do meio copo vazio, se for para pagar os trabalhadores, o SEPRORGS não só enxergará o copo vazio, como tratará de quebrar o copo. Já para eles ganharem dinheiro, tempo bom e copo cheio.
Enquanto isso, na TI de outros estados…
Trabalhadores e empresários têm fechado acordos salariais com ganho real. Segundo levantamento que fizemos (http://www.sindppd-rs.org.br/setor-privado-20142015-seprorgs-quer-fazer-crer-que-o-rio-grande-do-sul-e-diferente-do-resto-do-pais/), em média os aumentos reais foram de 1%. Mesmo nesse período de “crise” que a entidade dos empresários gaúchos gosta tanto de propagandear, SP, RJ, PR, Goiás e Pernambuco – todos conquistaram aumento real, além da inflação.
Mas no Rio Grande do Sul, o SEPRORGS prossegue intransigente e não aceita conceder mais do que o INPC. Do que essa entidade tem medo? Do que os empresários da TI que se alinham a ela têm medo? De “quebrarem”? Com certeza, o MEDO DELES é de retirar algumas moedas de seus polpudos lucros.
E o qual é o medo dos trabalhadores da TI gaúcha?
Muitos colegas se dirigem ao Sindppd/RS afirmando que é impossível fazer mobilizações no Setor Privado devido às perseguições dos empresários. Sabemos das dificuldades que existem, mas IMPOSSÍVEL não é. Em São Paulo, nos últimos anos, os trabalhadores realizaram paralisações e entraram em greve, conquistando aumento real e a jornada de trabalho de 40h semanais. Aqui mesmo no Rio Grande do Sul, colegas da GSH e da Plansul fizeram greve e conquistaram os reajustes salariais referente ao dissídio de 2013/2014, mantendo seus empregos – um dos principais temores dos colegas. Os trabalhadores da Stefanini também fizeram greve nos anos de 2012 e 2014.
Nas mesas de negociação, o SEPRORGS, com a desculpa de que se preocupa em manter os empregos na TI gaúcha, oferece apenas o reajuste pelo INPC. Todos sabemos, qual a única coisa que eles se preocupam. E nós trabalhadores, vamos nos submeter a receber apenas a inflação para mantermos nossos empregos?
O Sindppd/RS está aberto a fechar acordos coletivos, com avanços, diretamente com as empresas de TI. Esses acordos têm base legal e são reconhecidos pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego); e não precisam da participação do SEPRORGS. Os empresários também não precisam esperar pela decisão final do TST: podem reajustar os salários dos seus funcionários. CLIQUE AQUI para ver as empresas que deram aumento aos trabalhadores.
No caso das empresas que se negam a reajustar os salários e avançar em melhores condições de trabalho, opinamos que somente com mobilização é que conseguiremos conquistas. Sejam paralisações ou mobilizações em frente aos locais de trabalho, seja a greve. E nessas situações, não é o Sindppd/RS que fará sozinho; a participação dos trabalhadores é indispensável e fundamental.
Estamos à disposição dos colegas para conversar e organizar atividades nas empresas. Relembramos que a estrutura do Sindppd/RS está a serviço das lutas da categoria. Interessados, entrem em contato com o sindicato pelo telefone (51) 3213.6121 ou pelo e-mail secretariageral2@sindppd-rs.org.br. Todas as informações, bem como a autoria, são confidenciais.
“Dê um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar!” (Chico Science e Nação Zumbi)
Sindppd/RS
Caros amigos do SINDPPD,
TODOS concordam que ações precisam ser tomadas, e nada mais justo que o sindicato que REPRESENTA os trabalhadores da categoria tome as rédeas e inicie este movimento.
Vocês mencionaram outros estados que conseguiram que suas reivindicações fossem atendidas, mas não tomaram nenhuma ação fora o blá, blá, blá… em mesas de discussões inúteis até então!
POR FAVOR, façam algo DIFERENTE e que mostre que vocês estão comprometidos com a causa!
Li em um post aqui, alguns dias atrás, uma sugestão de uma AÇÃO que foi tomada pelo sindicato de SP e que gerou resultados por lá: PAREM DE HOMOLOGAR AS RECISÕES!!!
Desta forma, o SEPRORGS será obrigado a nos ouvir devido à pressão das empresas.
Certo de sua atenção,
Roberto
Concordo com o Roberto
Também já comentei isso em posts anteriores mas o sindicato nada respondeu!
Estranho!
Greve nas homologações vamos lá sindppd!
Enquanto isso, eles seguem construindo prédios para encher de mais CARNE. Pólo de São Leopoldo esta assim, um prédio atrás do outro, mas seguem na briga por aumento de 1%.
E é o que somos mesmo, carne, pedaços de carne que dão lucro, imagina, tem que lucrar pra pagar as viagens a Europa, EUA, lanches em restaurantes TOP de POA para a filharada postar no facebook.
Concordo que tenham bastante dinheiro, não é demérito nenhum. mas que deem valor aos seus empregados, porque sem empregados, o Patronal NÃO É NADA.
Olha ai, tem que segurar os aumentos, se não eles não tem como bancar:
http://caranddriverbrasil.uol.com.br/noticias/lancamentos/porsche-cayenne-turbo-s-chega-por-r-969-mil/9834
Greve nas homologações vamos lá sindppd!
Dia 24 de fevereiro não tinha uma outra mesa de reunião as 14:30 horas? Como que ficou? Fizeram? Alguma notícia?
empresa rhealeza informatica nem o endereço da sede nos fornece para podermos fornecer ao sindicato.!!
Procurem discutir salários bases melhores e outros direitos, pois aumento qualquer um consegue bem mais do que esses 7%.